quarta-feira, 23 de julho de 2014

A timidez do Eu te amo

  Um dia desses, um pouco antes de dormir, conversei e ri bastante com minha irmã. Falamos sobre seu novo namorado, sobre relacionamentos em geral, sobre sentimentos. E então fomos dormir com aquela leveza gostosa que boas risadas sempre nos proporcionam.

Na manhã seguinte ela se levantou cedo, como de costume, e foi trabalhar. Eu acordei por volta das 10 e, como sempre e eu não devo ser o único, fui logo tratando de achar meu celular em algum canto da cama. Chequei as mensagens e a mais recente me havia sido enviada na noite passada, por volta das 23 horas. A mensagem dizia: “Vc é meu melhor amigo. Eu te amo.” Adivinhem de quem era a mensagem... Isso mesmo, da minha irmã.

A pergunta é: por que me escrever uma mensagem dizendo isso se estávamos, na hora em que ela foi enviada, conversando cara a cara? É tão difícil assim demonstrar afeto e verter seus sentimentos a alguém? Pode parecer bobagem para alguns, mas isso é mais comum do que parece. Eu compreendo a dificuldade e sou fiel possuidor dela.

A verdade é que não importa a intensidade do amor ou de algum outro sentimento que temos por alguém, às vezes as circunstâncias e o medo da reação e de um ligeiro constrangimento não nos permitem abrir a boca e pôr em palavras o que sentimos. Vamos guardando tudo dentro de nós, deixando transparecer esses sentimentos afogados em ações espontâneas. Quantos “Eu te amo” não proclamados por aí, não é mesmo?!

Pra concluir: isso não significa de forma alguma que amamos menos do que os corajosos que rompem essa barreira com facilidade. Pelo contrário, vindo da minha irmã, com quem não troco palavras afetuosas quase nunca e quando o faço a estranheza é inevitável, ainda que um tanto acanhado, um Eu te amo nunca me soou tão verdadeiro.  

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