segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Autoconhecimento

   Não é fácil alcançar um bom grau de autoconhecimento quando as variações do roteiro de cada dia não acontecem. Vamos seguindo esse itinerário que a vida joga em nossos colos sem nem nos perguntarmos se estamos satisfeitos, sem averiguarmos se ele precisa de alguns complementos aqui ou de uns cortes ali. É esse comodismo o remetente do tédio que bate em nossas portas às 4 da tarde. As coisas vão saindo conforme o planejado: tudo certo. Quando não vão: fim do mundo. 
 
O autoconhecimento é mais íntimo àqueles que quebram protocolos, viajam sozinhos, trocam o barzinho da Sexta à noite por um banho de mar na madrugada. O autoconhecimento é amigo dos que largam-se no mundo com a cara e a coragem. Dos que não planejam tanto. 
 
Não estou dizendo pra ninguém ser totalmente despudorado e fazer da própria vida uma enorme passarela de asneiras em prol de autoconhecimento. Porque aí passaria a ser autodestruição. Mas arrisco: isso, em certa quantidade, contribui pra vivacidade.
 
E sim, autoconhecimento é (ou deveria ser) aquilo que resulta de longas, frequentes e boas sessões de terapia. Mas aí não tem vento no rosto. E nem céu estrelado.

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