E agora, o que eu faço? Ela me perguntou. Eu não sabia o que dizer. Quem sabe o óbvio? Perguntei o que tinha acontecido.
Acho que não sei mais escrever. O que eu vou ser agora? Eu não sou nada sem os textos, e também eu não sou nada sem você. Você tá assim tão longe... Eu tô aqui. E talvez eu não estivesse mesmo. Mas o que é que eu ia dizer?
Apesar disso, era difícil acreditar que ela pudesse simplesmente desaprender a escrever. As palavras continuam ali, sabe? Só precisam ser reorganizadas diferente. E ela ainda sabia fazer isso. Pelo menos era nisso que eu acreditava.
Então disse que ela ainda sabia escrever. Era só continuar tentando.
Não vai dar certo, eu sei. E você sabe. Não vai. Eu não sei mais. Eu nunca servi pra nada.
Ela realmente não acreditou, mas voltou a escrever. E continuou me amando como sempre amou. Me disse que eu seria a sua inspiração e escreveu um texto que não a satisfez. Escreveu três. Infeliz consigo, e feliz com minha companhia. Ela suspirou e foi dormir.
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