terça-feira, 30 de julho de 2013

Antes que o mundo acabe

Antes que o mundo acabe eu quero falar sobre esses medos que reverberam em nossas faces. Quero sair na rua e sorrir pra cada um que passar por mim. Antes que o mundo acabe eu quero pisar na lua e beijar o sol. Quero sair de casa a caminho de lugar nenhum. Ser, ter e fazer. Eu quero conhecer o lado mais obscuro do bondoso. Quero desatar, um a um, os nós dessas mentes fechadas e queimar as amarras. Antes que o mundo acabe eu quero chorar diante de um quadro e rir do triste. Quero falar de filmes que vi e sofrer a dor do desconhecido. Abraçar o inimigo. Antes que o mundo acabe eu quero ouvir o que o asfalto das ruas barulhentas tem a dizer. Quero beber o sólido e mergulhar no concreto, subir pra baixo, me fazer outro e me estranhar. E me abraçar. Antes que o mundo acabe eu quero entrar nu na igreja e pedir a benção ao padre. Quero discutir sobre sexo com freiras e sobre amor com putas. Antes que o mundo acabe eu quero perguntar se ele tem medo da morte. Quero que me conte o que viu, o que fui, o que fomos. E no final de tudo, só espero ter certeza de que pra ele fui importante.

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