domingo, 21 de setembro de 2014

Visita

Dia desses, embaixo das cobertas, 
Minhas mãos pensaram em ti.
Pensaram em teus fios escuros,
No riso da tua fala,
Pensaram em ti sobre mim 
E ao meu lado,
Pensaram em ti 
Calado, 
Cantando com o corpo pela sala.

As mãos rápido adormeceram 
E de êxtase me vi farto.
Era tudo tu dentro do quarto.
Mas te vi distante
Tão logo os olhos 
Econtraram o eixo.

De consolo, tive o abraço das paredes,
Que por vezes
Até se assemelham a ti.

A distinção se dá no abandono:
Elas jamais se vão,
Jamais te deixam partir.

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