Não é fácil alcançar um bom grau de autoconhecimento quando as variações do roteiro de cada dia não acontecem. Vamos seguindo esse itinerário que a vida joga em nossos colos sem nem nos perguntarmos se estamos satisfeitos, sem averiguarmos se ele precisa de alguns complementos aqui ou de uns cortes ali. É esse comodismo o remetente do tédio que bate em nossas portas às 4 da tarde. As coisas vão saindo conforme o planejado: tudo certo. Quando não vão: fim do mundo.
O autoconhecimento é mais íntimo àqueles que quebram protocolos, viajam sozinhos, trocam o barzinho da Sexta à noite por um banho de mar na madrugada. O autoconhecimento é amigo dos que largam-se no mundo com a cara e a coragem. Dos que não planejam tanto.
Não estou dizendo pra ninguém ser totalmente despudorado e fazer da própria vida uma enorme passarela de asneiras em prol de autoconhecimento. Porque aí passaria a ser autodestruição. Mas arrisco: isso, em certa quantidade, contribui pra vivacidade.
E sim, autoconhecimento é (ou deveria ser) aquilo que resulta de longas, frequentes e boas sessões de terapia. Mas aí não tem vento no rosto. E nem céu estrelado.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Interativos demais. E de menos.
Ai, a internet... Que coisa maravilhosa, não? Diversão, informação, liberdade de expressão. Interação. Fica até difícil encontrar algo ruim relacionado ao mundo virtual com esse pacote de privilégios degustado por nós todos os dias. Mas, como toda coisa boa que se preze, ela tem sim seu lado negativo. Não é como o chocolate, a coca cola ou coisas do tipo. Essa fixação pela virtualidade pode causar distúrbios sociais, danificar relações e afetar pessoas psicologicamente.
Uma família na qual o filho adolescente só sai do quarto (onde está seu computador) pra buscar comida e ir ao banheiro. Um grupo de jovens amigos que se senta na mesa de um bar a falar sobre seus últimos posts, sobre quem curtiu suas fotos ou sobre quem lhes enviou uma solicitação de amizade - todos com os celulares na mão, claro.
Será que essas pessoas lembram o que aconteceu, o que leram, quem curtiu o que, quem compartilhou o que uns dois dias depois? Talvez não lembrem nem 5 minutos depois.
Esse segundo mundo nos agarra, nos prende, nos sufoca. Ele é sim maravilhoso. Mas quando acontece de forma saudável. Quando não impede que um filho jante na mesa com os pais e conte como foi seu dia. Quando permite que amigos se tornem ainda mais amigos e se conheçam ainda mais durante uma social "olhos nos olhos" e não "olhos nas telas". Sou extremo admirador dessa proximidade que a internet possibilita aos distantes. Contanto que não afaste os próximos.
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