Queria me deitar sereno, sem rituais que não funcionam. Queria não conhecer cada minuto das madrugadas longas e não ser tão familiarizado com cada centímetro dessa cama. Queria não perturbar o sono do travesseiro e do lençol toda vez que meu corpo surta. Queria não dissecar desesperadamente esse teto de angústias, essas paredes de compromissos relativamente distantes, esse guarda-roupas de sonhos longínquos e esse ar de afazeres do amanhã. Queria não me abrigar no chão numas noites meio estranhas... E tampouco ser bailarino de uma mente tão dançante.
Não me levantar sete vezes e me satisfazer com a temperatura do ar condicionado. Não lembrar que amanhã existe e deixar o céu da noite em paz. Não ter um celular, não ter que planejar, nunca me preocupar e nem sequer pensar. Queria eu. Queria eu... Nada de braços dormentes e costas coçando. Nada de dor de cabeça ou coração palpitando. Levantar às 3h pra despejar coisas no papel em branco? Nem em sonho. E jamais atender as ligações dos meus demônios.
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