As portas se
batem e as paredes se fecham nesse grande labirinto que é tua mente, que é tua
vida. Tu vacilantemente desliza pra dentro dos teus infortúnios e pensamentos
envelhecidos e vencidos, quase que estragados, mas que tu não pôde tirar da geladeira.
Não conseguiu, não pôde, pois jamais
deixou de comer deles, de beber neles, e de se afundar rumo a esse
emaranhado de becos que cheiram à dúvida e te põem louco. Retos, arredondados,
bifurcados e estreitos. E tu num abrir e fechar de portas maçante, incessante,
e vai e volta, direita esquerda, e é não é.
Não queria o
que agora deseja, escolhe o que jamais cogitara, muda o rumo como pestaneja, acha
que vai parar; não para.
Faz é arrastar
por caminhos tortuosos um monte de monstros que têm incerteza e indecisão como
sobrenome. Alguns até consegues matar sob os olhos massacrantes e imperdoáveis
do tempo. Outros te agarrarão o calcanhar e pesarão sobre teus ombros até daqui a uns dois anos, ou duas décadas, ou
quem sabe até tu esquecer teu próprio nome.
Porque às vezes tu até dorme pelos cantos dessas ruas sem saída aparente, que na verdade
estão cheias de gente correndo pra lá e pra cá. Abrem portas, fecham outras,
passam pelo mesmo caminho duas vezes, três vezes, quatro, cinco, caem nuns buracos fundos e até tentam atravessar
paredes. Tentam cortar caminho por onde não conhecem. O que conhecem?
Hão todos de compreender a palpável fatalidade que pode ser uma corrida contra o tempo. Pior: dentro do mais complexo e traiçoeiro labirinto que existe.
Hão todos de compreender a palpável fatalidade que pode ser uma corrida contra o tempo. Pior: dentro do mais complexo e traiçoeiro labirinto que existe.
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