E pode ficar por aí. Vou te olhar a vontade durante os dias e conhecer tuas cores, teus modos e estados. Transforma-te no que quiseres e enfeita esse meu campo de visão, esse meu período de tempo, a minha vida aqui e agora. Preenche esse céu que eu chamo de meu, porque afinal cada um tem o seu. Passeia por ele pintando tuas nuances e desfilando tua bagagem, tua história, tua carga... Que eu sei que por vezes se faz maior, fica pesada. Sei dos tons escuros e dos trovões que podem assolar alguns dos teus dias. Sei que às vezes o cinza aperta, faz a festa, e tudo em ti liquidifica.
Nesses dias, os de iluminação anêmica, quando és menos algodão e mais água, menos flutuante e mais denso, quando já não sustentas toda aquela carga, eu aqui do meu canto, assistindo teu peito enchendo, teu choro crescendo e querendo sair, mando um aviso pelo vento:
pode chover em mim.