domingo, 9 de fevereiro de 2014

18

Ele não queria paz, nem silêncio. Ele não queria mais aquele contato constante com a tinta branca das paredes, com aquela cama bagunçada e com seu reflexo no espelho do banheiro. Queria transgressões libertadoras, horários confusos, dias de quarenta horas.

Mas ele tem tanto medo! E agora já tem 18. Saiu sem dizer pra onde ia, desligou o celular, falou com estranhos e falou sozinho. Falou consigo. De volta a sua casa, entrou no quarto e revirou algumas caixas, sentou-se no chão da cozinha e esvaiu-se em lágrimas. Queria mesmo era se jogar num mar de corpos vivos, permanecer exausto. Rir. Rir. Rir. E dançar com o diabo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário