sábado, 22 de fevereiro de 2014
Storm
Tente sempre evitar problemas. Mas se necessário for, encare-os. E não diga que vai ficar tudo bem o tempo todo. Porque a tempestade sempre vai embora. Mas tuas ruas podem permanecer alagadas.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Tempo
Tempo. Tu escorregando pelas entranhas de tua mãe e teus primeiros ruídos. Tempo. Tempo. O contorno de tua personalidade, tua pequena figura, questionamentos constrangedores, tua inocência cruel. Tempo. Tuas descobertas, palavrões, paixões, a primeira masturbação e teus pelos pubianos. Tempo. Sexo. Tempo. Amor, talvez. Tempo. Tempo. O mundo te engolindo e tu sorrindo, embriagando-se, caindo. Tuas obrigações, aquela reunião, um outro corpo em tua cama. Tempo. Teu sexo fraco, tuas dores, tuas varizes e exames. Tempo. Tempo. Tua pele sem visco, as unhas quebradiças, o cabelo opaco. Tempo. Teu andar arrastado, tua boca flácida, teus comprimidos acabando. Tempo. Tempo. Tua tristeza e sabedoria. A brancura de teus dias. E teus olhos se fechando.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
18
Ele não queria paz, nem silêncio. Ele não queria mais aquele contato constante com a tinta branca das paredes, com aquela cama bagunçada e com seu reflexo no espelho do banheiro. Queria transgressões libertadoras, horários confusos, dias de quarenta horas.
Mas ele tem tanto medo! E agora já tem 18. Saiu sem dizer pra onde ia, desligou o celular, falou com estranhos e falou sozinho. Falou consigo. De volta a sua casa, entrou no quarto e revirou algumas caixas, sentou-se no chão da cozinha e esvaiu-se em lágrimas. Queria mesmo era se jogar num mar de corpos vivos, permanecer exausto. Rir. Rir. Rir. E dançar com o diabo.
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