Existir no tempo que toca tudo,
tempo que tudo toca.
Tempo que transforma a poesia,
tempo que a poesia transforma.
Falar sobre o agora que já não o é
e sobre o futuro que não se sabe se será.
Viver à espreita do nada e da incerteza
porque o passado não foi o que planejara.
Sumir das horas e voar aos ventos,
desgarrar dos ponteiros, olhar pra dentro,
flutuar para além em algum momento
e só voltar quando o relógio gritar.
Se atracar com os segundos então,
e sangrar as nebulosas exigências do tempo.
Correr contra nem sei o quê,
ir rápido pra chegar não sei onde.
Vencer algo que nem existe
mas que é cru e vivo
e eu não sei onde se esconde.